
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades,
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir...
Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir.
São emoções que dão vida
À saudade que trago,
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder...
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer.
A chuva molhava-me o rosto,
Gelado e cansado,
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera...
Ai! Meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob chuva
Há instantes morrera...
A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade.
(Jorge Fernando)