O conceito de sociedade metamorfoseou-se no de economia de mercado. A unidade, mais monetária do que afectiva, dinamiza agora a troca da mercadoria em vias de extinção. Oferta e procura de sentimento.
Até a rotina é efémera em toda a sua eternidade. Sucessão de prioridades de câmbio. Câmbio de sucessão de prioridades. A ideologia esboça o ser humano a contemplar o lucro e a moeda, uma subsistência demasiado onerosa. A sua.
Já ninguém morre por amor. Já ninguém oferece de si ou age em prol.
Toda a sensibilidade é hoje estultícia e pragma, eufemismo e lado supérfluo das coisas. Qualquer outra memória evoca o revivalismo da época em que o respeito e a lei sublimavam a lealdade pelo próximo. Sem contratos. Sem juros.
Porém, a política vigente estriba-se a conta-gotas. Penhora de pensamentos, palavras e acções no usurário onde mais tarde se vai recuperar ou cobrar.
A humanidade está soterrada em problemas. Eu só sinto a tua falta.