09 abril 2010

2 Anos, 730 Dias



Há gente que fica na história
Da história da gente.

(Jorge Fernando)

05 abril 2010

Naturalmente Amigo

Amigo. Cinco letras, cinco braços, cinco dedos de uma mão estendida e de entreajuda.
A natureza, conforme a amizade, constrói-se de partidas e novas metas, nados vivos e velórios, ligações procriadas e sepultadas à tenção da vida.
As nuvens são algodão agridoce, sal açucarado da água que conflui dos rios para o mar. Foz dos dias e das vivências. Um amigo tem de estar, querer estar. Presenciar. Acercar. Acarinhar. Amar. Ar. Evaporar. Dissipar. Espaçar. Retornar.
Estação a estação, as árvores desfolham e amarelam erros que o solo acolhe e o vento arrasta. Amigos também. Na temporada sequente, os troncos são ramos de reconciliações ou achas secas que conservam a lareira inverno a fora. Inverno perene esse. Porém, sobejam amigos persistentes como as árvores de tal folhagem, incessantemente verde e revigorada, sustentando intempéries e a porta de uma entrada única e irrepetível. Muralha onde se ergue um clã.
Nem todos concernem a uma alcateia reunida ao redor de tais árvores, amigas e irmãs, cada uma assente em grãos de terra árida ou enlameada, de lágrimas de desilusão ou desespero. É esta água que nutre as raízes conectadas e suporta a insustentável ramagem da afeição.
Numa floresta de amigos há erva, arbustos e plantas seculares.